quarta-feira, 28 de julho de 2010

Quase vegan day

Hoje foi uma terça feira e eu não tinha obrigação da sexta feira... podia ter comido besteiras o dia inteiro com a desculpa de que estava me despedindo. Faz menos de uma semana que decidi, menos de uma semana que venho colocando em prática meus planos, mas hoje já me senti diferente. A tarde senti fome e tive o cuidado de procurar algo vegano para comer. Fui ao mercado e não procurei meu biscoito preferido... fiquei lendo rótulos, conhecendo minhas futuras "únicas" opções. Comprei biscoitos veganos e peguei o chocolate que costumo comprar para a Cida. A noite fomos a pizzaria. Chegando lá fui ao banheiro enquanto escolhiam... eu sabia que pegariam apenas opções veganas, nem quis opinar. Ao sair do banheiro ela me falou "Paty, será uma surpresa o sabor da pizza, nem vou te falar antes"... Eu nem queria saber. Quando chegou, peguei o pedaço e coloquei no meu prato. Massa, molho, azeitona preta, cebola, pimentão, champignon. Sabe qual desses ingredientes eu estou acostumada a comer? Só a massa... e o molho escondido no gosto do queijo. Esta não tinha queijo... Eu cortei o pedaço e levei a minha boca com todos os ingredientes juntos, numa única garfada. Até mesmo a cebola que eu costumava separar no canto do prato ao comer minha pizza calabreza. Não vou dizer que adorei o sabor de primeira. Achei estranho, mas comi mesmo assim. Na terceira garfada já não era tão estranho assim. Ao terminar, experimentei a de tomate seco e rúcula. Achei o gosto mais forte, não gostei muito. De repente a primeira pareceu deliciosa, corri para pegar o outro pedaço. É incrível como nosso paladar muda de uma hora para outra. É incrível como temos controle de tudo no nosso corpo. Até de nossas emoções, sensações, gosto... basta querer. Eu quis experimentar. Eu quis gostar. Eu quis conhecer o que será minha escolha de sabor daqui para frente e foi assim que recebi aquele novo sabor. Depois iniciamos uma longa conversa sobre veganismo, sobre as escolhas difíceis, o que é necessário abrir mão... e como no fundo no fundo não é tão difícil assim abrir mão. Tudo é questão de costume. E a gente se acostuma a tudo... é só querer. Vencendo essa primeira resistência que é nosso apego aos nossos costumes, todo o resto se torna muito fácil. E pensar que só estamos abrindo mão de certo sabor na nossa comida para que um animal não precise morrer, nosso ato heróico passa a ser ridículo... não estamos fazendo nada demais, nosso sacrifício nem é tão grande assim... é o mínimo que poderíamos fazer por estarmos aqui dividindo este planeta tão cheio de recursos para todos nós.

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